Como é que os concorrentes do “Big Brother Brasil” ganham fama e os dos EUA nem por isso?

IMG_9272.jpeg

O “Big Brother Brasil” fez - e ainda faz - o Brasil parar. Enquanto concorrentes da atual edição (21.ª), acumulam milhões de seguidores nas redes sociais. Já na versão dos Estados Unidos essa tendência é quase insignificante. Há algumas diferenças nas regras e no formato do jogo que ajudam a explicar esse fenómeno.

O número de fãs dos concorrentes na versão brasileira do reality show tem vindo a crescer exponencialmente. Juliette Freire, por exemplo, ainda nem saiu da casa e já ocupa o terceiro lugar no ranking de popularidade de ex-concorrentes do “Big Brother Brasil, com mais de 21,8 milhões de seguidores no Instagram.

Já na edição americana, o participante mais seguido é Frankie Grande, que conta com pouco mais de 2 milhões - e isso é porque é irmão da cantora Ariana Grande. Segundo o site Screen Rant, o segundo ex-concorrentes mais seguido é Nicole Franzel, que já participou do programa três vezes e tem "apenas" 735 mil fãs - até Kerline Cardoso, a primeira (e inexpressiva) eliminada do “Big Brother Brasil”, está à frente da americana.


As grandes diferenças

  • Votos

No “Big Brother Brasil”, o público tem o poder de decidir o futuro dos concorrentes e de fazer justiça com as próprias mãos. Esse aspecto faz com que todos queiram acompanhar a trajetória dos seus favoritos e vilões a cada passo e definir o final preferido da sua "novela da vida real".

Já no programa norte-americano, ao chegar à um determinado ponto no jogo, os concorrentes eliminados passam a morar numa outra casa e formam o júri. Eles é que ficam responsáveis por escolher, entre os dois últimos concorrentes, o grande vencedor

  • Jogo

Na versão brasileira, é comum que os telespectadores se identifiquem com um concorrente muito rapidamente. O facto de o público acompanhar diariamente as atitudes de cada um dos concorrentes contribui para a compreensão de "quem é quem" e qual o lado "certo" no meio de uma discussão.

No “Big Brother EUA” isso não funciona assim. O foco dos concorrentes é o jogo, e a convivência entre si fica em segundo plano. É comum ver amigos a traírem as suas relações por jogo ou de se ver estratégias extremas serem criadas em momentos de desespero perto da eliminação. E muitas vezes, os próprios inimigos votam para o grande jogador ser o grande vencedor do jogo.

  • Fora do programa

No “Big Brother Brasil”, alguns assuntos do formato são discutidos noutros programas relacionados com o reality show. Questões relevantes e polémicas são sempre faladas.

No programa dos Estados Unidos, as questões polémicas costumam ser varridas para debaixo do tapete. A escolha dos concorrentes também interfere nesse aspecto, porque os concorrentes são muitas vezes escolhidos a dedo com base nos padrões da sua vida pessoal. No entanto, os telespectadores sempre se posicionaram a favor da diversidade. O canal norte-americano CBS afirmou que 50% dos concorrentes dos seus reality shows passarão a ser formados por minorias a partir de 2021, numa tentativa de mudança.

  • Popularidade

Devido à abordagem feita sobre assuntos muitos comentados ou polémicos, o público do reality show brasileiro passou a conversar sobre o programa em casa, na escola e nos encontros.

O “Big Brother EUA”, entretanto, é visto como uma maneira de defender a cultura americana. Os telespectadores não costumam levar os acontecimentos do reality show para as suas vidas pessoais e muitos menos partilhar esses acontecimentos com os seus amigos e familiares. Além disso, é muito difícil o público ficar ao lado de um concorrente devido à mudança súbita de ações dentro do jogo. Não há nenhuma censura para aquilo que é dito ou praticado dentro do programa.

  • Redes sociais

Hoje em dia, o público acompanha o programa em todas as plataformas e a qualquer hora. Por isso, se qualquer discurso de um concorrente for omitido, a produção é logo acusada de não estar a passar as imagens todas para fora da casa.

A história é diferente no que toca ao reality americano. O programa funciona de maneira diferente, ou seja, não é transmitido todos os dias. Não é possível saber o que se passa dentro da casa a não ser aquilo que o canal CBS vai disponibilizando ao público, seja através de imagens e vídeos.

Previous
Previous

“Nova Iorque Desperta Novamente”: Cidade quer voltar a ser a metrópole que nunca dorme

Next
Next

Superliga Europeia: Tribunal impede UEFA, FIFA e Federações de sancionarem os clubes envolvidos